Março / Abril 2005

R. S. Clube Ginástico Português     

 
GINASTA - acervo digital
GINASTA - edição atual

Palavra do Presidente

 
 

A PALAVRA DO PRESIDENTE

 
 

Nesta primeira edição da Revista Ginasta de 2005, destaco a excelente matéria da jornalista Cristina Zarur, inserida no jornal O Globo de 15 de janeiro último, no caderno Prosa e Verso, que tratou o Intercambio Cultural entre Brasil e Portugal.

Na reportagem, sob o título “Portos Abertos da Literatura – Cresce o número de escritores brasileiros publicados em Portugal e vice-versa”. Ao ler e apreciar a matéria, confesso que me encorajei a escrever estas linhas que seguem.

Realmente, cresceu muito o número de obras de autores brasileiros, veteranos e novatos, publicados em Portugal, e de autores portugueses lançados no Brasil. Percebe-se que o mercado editorial das duas Pátrias-irmãs tem melhorado nesses últimos anos, fazendo com que as Literaturas brasileira e portuguesa sejam, cada vez mais, conhecidas e admiradas em todos os cantos do planeta. Exemplo frisante é Paulo Coelho, 58 anos, um dos escritores mais lidos no mundo, traduzido em dezenas de línguas e premiado em diversos países.

A língua portuguesa, hoje, falada por cerca de 200 milhões de pessoas, é um excelente veículo de comunicação, que pode ajudar muito a tornar conhecida, em todo o mundo, a nossa Literatura.

As instituições luso-brasileiras, mormente as centenárias, têm contribuído eficazmente para fortalecer o intercambio cultural Brasil-Portugal: Real Sociedade Clube Ginástico Português, Liceu Literário Português, Real Gabinete Português de Leitura, Federação das Associações Portuguesas e Luso-Brasileiras, Academia Luso-Brasileira de Letras e tantas outras, têm feito a sua parte. Cabe, agora, aos Governos dos dois países de fala portuguesa engajar-se, imediatamente, com grande empenho, nessa causa tão nobre. Esperamos que isso aconteça o mais breve possível.

Viagens de estudos de escritores brasileiros a Portugal e de escritores portugueses ao Brasil; publicação de suas obras, aqui e lá; realização de eventos culturais, bienais, bolsas de estudos, congressos, simpósios, convenções são medidas que se impõem em prol da solidificação desse intercambio tão almejado.

Para isso, temos de acionar todos os meios de que dispomos, sem esmorecer e sem perder as esperanças. Agora mais do que nunca.

Lembrem-se que Pero Vaz de Caminha, em carta dirigida ao el-Rei D. Manuel, de Portugal, dando a alvissareira notícia da descoberta do Brasil, assim se expressou: “Em aqui, se plantando, tudo dá”.

Que seja essa a nossa bandeira! Vamos arregaçar as mangas, todos juntos, brasileiros e portugueses, povo e governo, e os frutos logo serão colhidos.

Essa é a nossa esperança!

 

Nilton Pereira